Inteligência Artificial, uma vilã ou heroína?

Quem me conhece sabe não sou especialista no assunto, mas também sabe da minha sede pelo tema, e que a muitos anos acompanho esse mercado lendo artigos, participando de debates, assistindo vídeo e comunidades que falam sobre o assunto.

Minha opinião sobre o assunto é: Realmente tivemos um grande salto evolucionaria na área de Inteligência Artificial, um rumo sem volta. Mas acredito que ela pode ser útil para muita coisa mesmo ainda não estando totalmente pronta, já que a maioria das plataformas ainda está em sua versão Beta nas versões grátis, e aquelas que conseguiram chegar a um nível superior de qualidade já estão com planos de assinatura.

A tendencia é que mais e mais plataformas sejam geradas, e cada criação com propósitos diferentes e isso nos indica um futuro melhor.

A tecnologia é preconceituosa?

Eu gostaria de falar que não, mas o problema é mais profundo, quando imaginamos como as máquinas são treinadas, com dados viciados, padrões de beleza exclusivos e não inclusivos percebemos que sim, mas isso não é da tecnologia em si, mas sim das pessoas por traz da tecnologia e do aprendizado. A máquina não nasce sabendo o que é diversidade, inclusão, e precisamos alimentar as ferramentas com importância para esse tema.

Existem países que não tiveram grades imigrações e por isso possuem uma baixa variação estética e homogeneização dos padrões de beleza. Mas o Brasil historicamente é reconhecido por abrigar imigrantes de diversos locais do mundo, Isso gera uma diversidade ainda maior do que em outros países.

Em minha profissão como Designer frequentemente tenho que utilizar bancos de imagens, onde em sua maioria é composto por Fotógrafos e Designer estrangeiros, e por isso os melhores resultados são sempre para pesquisas em inglês. E por esse motivo os padrões estéticos dificilmente representam com qualidade a diversidade brasileira, outro problema é a priorização do engajamento, ao detrimento da representação das maiorias.

“Vamos fazer um teste agora. Pesquise em qualquer banco de imagens sobre lideranças, e analise o resultado. Resultado: Homens brancos e de meia idade, mas quem foi que disse que não podemos ter mulheres, negros, ruivos, jovens, baixos, pessoas acima do peso, indígenas, asiático …. Mas quem foi que disse que esse perfil de pessoas não pode assumir posição de liderança? Isso é um problema estrutural da sociedade elitizada e das mídias, e não da ferramenta.”

A tecnologia vai superar a presença humana?

A resposta correta é “Sim” e “Não”, pois tudo depende do contexto. Se pensarmos que em tarefas repetitivas utilizaremos as máquinas para gerar resultados podemos imaginar que perderemos muitos cargos, porém ainda precisaremos de humanos para dar comandos e definir os acertos e erros de cada proposta criada pela IA, então a realidade é que precisaremos de cada vez menos pessoas para executar as mesma tarefas, e a tendencia é que aconteça uma migração de áreas, onde o “sub emprego” ou funções com menos formação se coloca em risco, e cada vez mais precisaremos de “especialistas em tecnologia”, o maior problema dessa lógica é o fato das pessoas terem resistência a formação e procurarem o caminho mais rápido, ou seja, o que todo mundo está fazendo para ganhar dinheiro sem muito esforço é o que eu quero fazer também, e o perigo nessa atitude é que saturamos algumas funções, enquanto outras profissões sofrem com escassez de mão de obra especializada.

Ultimamente ouço muitas pessoas me perguntando se acho que o trabalho de Redatores, Programadores Designers e Fotógrafos estão em risco, e apesar nos últimos anos terem surgido muitas ferramentas com esse propósito, a adesão a essas tecnologias ainda está em seus estágios iniciais e o especialista vai ter uma grande ajuda em suas funções e precisara se aperfeiçoar para utilizar essas ferramentas para fazer grande parte do seu trabalho, mas o refinamento dos comandos, a personalização para diferenciar um resultado do outro sempre precisarão de um especialista por trás para trazer mais eficiência e não criar apenas coisas genéricas.

Voltando a pergunta inicial “A Inteligência Artificial é vilã ou heroína?”

Bem, ainda bem que você perguntou! A inteligência artificial tem o potencial de ajudar a humanidade de maneiras que nem sequer podemos começar a entender. Ela não é vilã ou heroína, é apenas uma ferramenta. Talvez não consigamos ver seus benefícios agora porque estão muito distantes no futuro, mas eles acabarão surgindo e, quando isso acontecer, mudarão nossas vidas para sempre!

A IA não substituirá os seres humanos; em vez disso, ela criará novas oportunidades para nós e resolverá problemas que estão além da nossa capacidade atual (como a cura do câncer).